Projeto em Baía Formosa atende 150 crianças e jovens com aulas de surf

A partir da liberação da primeira parcela de recursos, pelo Ministério da Cidadania, a entidade tem 18 meses para execução das ações planejadas. Cento e cinquenta crianças e adolescentes dos 4 aos 17 anos, incluindo pessoas com deficiência – PCDs, vão receber aulas de surf e atividades educacionais no contraturno escolar. Promoção da saúde, bem-estar, alimentação adequada, inclusão social dos participantes, que se encontram em situação de vulnerabilidade social, e a integração da comunidade completam os objetivos do projeto.
O Projeto Swell de Baía Formosa foi criado em 2017 pela pedagoga carioca Barbara Coelho e o educador físico gaúcho César Arenhaldt. Os dois moravam em Natal, mas decidiram mudar de vida depois de viverem situações pessoais delicadas: César passou por um período de depressão e Barbara escapou ilesa de um acidente automobilístico com perda total do veículo. Só que a reestruturação familiar na praia onde haviam passado a lua de mel exigia um propósito, descoberto quando o casal observava a convivência das crianças com o mar.
“Um dia, a gente sentou na beira da praia e começou a ver a criançada brincando, e percebeu o quanto era intuitiva a relação delas com a natureza. As crianças usavam pranchas quebradas, sem quilha, isopor, todo tipo de material que você possa imaginar para brincar nas ondas. E aí eu, que fazia uma pós-graduação em psicomotricidade e tinha que fazer o trabalho final, pensei: vou criar um projeto”, revela Barbara.
O trabalho acadêmico virou uma iniciativa social a partir de uma sugestão de César e os primeiros alunos bateram à porta antes mesmo que a escolinha de surf fosse aberta. A orientação da Gerando Falcões, um ecossistema de desenvolvimento social, foi fundamental para a sobrevivência do Projeto Swell – hoje, o 14º melhor avaliado numa lista de mais de 300 da aceleradora de ONGs – e os dias de maior dificuldade foram ficando para trás.
Ano passado, a ONG recebeu R$ 50 mil de uma emenda parlamentar do senador potiguar Styvenson Valentim e, diante da lisura da prestação de contas – Barbara tentou devolver R$ 1,3 mil que sobraram da compra de equipamentos -, assinou uma segunda destinação de recursos no mesmo valor, mas agora para o custeio do projeto.
“A gente pensou em parar umas duas vezes, três e tinha alguma coisa que dizia não, continua, continua! E a gente continuou e está aí com um projeto ousado pra atender a rede municipal toda”, explica Arenhaldt em referência à seleção da ONG por meio de edital do Banco do Nordeste.
Ítalo Ferreira, medalhista olímpico e um dos maiores surfistas brasileiros em atividade, é outro entusiasta da iniciativa. O instituto que leva o nome do atleta mantém parceria estreita com a equipe do Swell. Na sede, camiseta e prancha de surf autografadas pelo cidadão mais famoso de Baía Formosa chamam atenção dos visitantes.
Pelos serviços prestados ao município, que incluem o impacto positivo na vida de quase 400 crianças e a distribuição de 1,5 mil cestas básicas durante a pandemia, a ONG está recebendo um terreno de 800 m² da prefeitura de Baía Formosa para a construção de uma nova sede. De acordo com Barbara Coelho, o dinheiro da obra virá de outros editais.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Divulgação/Projeto Swell

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