Após se submeter a cirurgia para AVC no HGRS, paciente volta a mexer braços e pernas

Quando a cuidadora de idosos Joane Santos de Souza foi encontrada no chão do banheiro de casa, há cerca de 20 dias, ela não conseguia se comunicar com os filhos nem mexer os membros do seu corpo. Tratava-se de um quadro de afasia – perda parcial ou total da fala ou da compreensão da linguagem –, provocado por um acidente vascular cerebral (AVC).

Felizmente, Joane teve um desfecho diferente da maioria das vítimas de AVC. Isso porque, no Brasil, a doença – também conhecida como derrame cerebral ou acidente vascular encefálico (AVE) – é a segunda causa de morte e incapacidade, com um enorme impacto econômico e social.

Graças ao projeto de abordagem neurocirúrgica para pacientes com AVE implantado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), Joane já se comunica com os médicos e familiares e, ainda, voltou a movimentar braços e pernas. A paciente, de 35 anos, está quase pronta para retomar à sua rotina de mãe e profissional.

“Eu estava mostrando os exames dela para os médicos e todos ficaram muito surpresos. Ela está ótima”, lembra a irmã Joelma, que mora em São Paulo e veio para Salvador, às pressas, para cuidar da irmã.

O tratamento oferecido à Joane pode ser considerado revolucionário, pois é o último recurso para ajudar pessoas com a doença. Para fundamentar essa tese, um estudo desenvolvido no HGRS e publicado, em 2021, na revista médica World Neurosurgery concluiu que a trombectomia mecânica – como é chamado o procedimento cirúrgico para desobstruir o vaso sanguíneo no cérebro – é factível para o resgate funcional de vítimas de AVE, promovendo a reativação de aéreas hipovascularizadas (a chamada zona de penumbra – um cérebro inativo funcionalmente, mas ainda viável).

Coordenador do serviço de neurocirurgia do Hospital Geral Roberto Santos, o neurocirurgião Leonardo Avellar explica que a meta de qualquer tratamento para AVC é alcançar a recanalização a tempo para permitir a recuperação do tecido cerebral. Então, para a maior parte dos casos, é preciso agir dentro da famosa janela terapêutica, que, tradicionalmente, contempla até quatro horas e meia do início dos sintomas. Com a trombectomia cirúrgica, essa janela é mais ampla, chegando, em alguns casos, a mais de 24 horas.

“Quando se fala em acidente vascular cerebral isquêmico, a maioria dos hospitais recorre ao tratamento clínico, ou seja, o tratamento para não piorar o quadro. No entanto, ele não possui tanta capacidade de reverter algo que já aconteceu”, conta Avellar.

De acordo com ele, a abordagem neurocirúrgica é vantajosa para esses casos porque amplia a janela de tratamento, é eficaz para reversão de déficits neurológicos, indicada para grandes AVCs, e apresenta excelente custo-benefício. Joane é a terceira paciente a se beneficiar pelo projeto iniciado, neste ano, no HGRS.

Ascom do Hospital Roberto Santos

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